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terça-feira, 9 de julho de 2013

A ORIGEM DA TROVA




 Na Idade Média, meados do século XII, surgiu o movimento literário, chamado de Trovadorismo. Os trovadores eram homens nobres que escreviam músicas. Essas eram acompanhadas de instrumentos musicais, normalmente, poesias e cantigas. 
 O trovadorismo foi a primeira escola literária portuguesa. 


Os poemas produzidos nessa época eram feitos para serem cantados por poetas e músicos. Eram os:

Trovadores - poetas que compunham a letra e a música de canções. Em geral uma pessoa culta.


 Menestréis - músicos-poetas sedentários; viviam na casa de um fidalgo, enquanto o jogral andava de terra em terra.


 Jograis - cantores e tangedores ambulantes, geralmente de origem plebeia.


 Segréis - trovadores profissionais, fidalgos desqualificados que iam de corte em corte, acompanhados por um jogral.  


►Em suma, a poesia, ligada à música, era composta pelos trovadores e segréis e cantada pelos jograis e menestréis.


A Divisão das Cantigas


No trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em: Satíricas (Cantigas de Maldizer e Cantigas de Escárnio) e Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo).

Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.


Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos.


Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. 

O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).


Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.



As novelas de cavalaria


Nem só de poesia viveu o Trovadorismo. Também floresceu um tipo de prosa ficcional, as novelas de cavalaria, originárias das canções de gesta francesas (narrativas de assuntos guerreiros), onde havia sempre a presença de heróis cavaleiros que passavam por situações perigosíssimas para defender o bem e vencer o mal.

Sobressai nas novelas a presença do cavaleiro medieval, concebido segundo os padrões da Igreja Católica (por quem luta): ele é casto, fiel, dedicado, disposto a qualquer sacrifício para defender a honra cristã.


Esta concepção de cavaleiro medieval opunha-se à do cavaleiro da corte, geralmente sedutor e envolvido em amores ilícitos. A origem do cavaleiro-heroi das novelas é feudal e nos remete às Cruzadas: ele está diretamente envolvido na luta em defesa da Europa Ocidental contra sarracenos, eslavos, magiares e dinamarqueses, inimigos da cristandade.

As novelas de cavalaria estão divididas em três ciclos e se classificam pelo tipo de herói que apresentam. Assim, as que apresentam heróis da mitologia greco-romana são do:

 ►Ciclo Clássico (novelas que narram a guerra de Tróia, as aventuras de Alexandre, o grande);


Ciclo Arturiano ou Bretão (A Demanda do Santo Graal), as que apresentam o Rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda;


Ciclo Carolíngeo (a história de Carlos Magno), as que apresentam o rei Carlos Magno e os doze pares de França.


Geralmente, as novelas de cavalaria não apresentam uma autoria. Elas circulavam pela Europa como verdadeira propaganda das Cruzadas, para estimular a fé cristã e angariar o apoio das populações ao movimento.


As novelas eram tidas em alto apreço e foi muito grande a sua influência sobre os hábitos e os costumes da população da época. As novelas Amandis de Gaula e A Demanda do Santo Graal foram as histórias mais populares que circulavam entre os portugueses.

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